domingo

Poema: "MEL".





Em furor de chama fosca


Tento desfazer o segredo do açúcar.


Tome nota dos ingredientes:


-Como se não fosse cana,


Disfarce-se de mel


Corrompido doce vil.



Nas engendras do melaço


Borrife primeiro, fumaças de engenho


Lembranças verdes, azuis, sol,


e em fogo brando,


destempere um ou dois dedinhos de cinza


para que o fel não seja ouro.



Aqueça a mente de suspiros.


Unte em fôrma de poesia livre


a persistência, a simplicidade e a audácia,


principalmente esta


Para que não te alcunhem.



Feito assim,


prepare a mesa com as vestes do sonho


e reúna todas as formigas que pelo teu doce se atraem.


Elas sabem de cor e salteado o que de bom tu tens.


E não te abandonarão ainda que sejas o ultimo grão.




Por: Thiago Azevedo Sá de Oliveira.
Poema publicado também no blog VERDADEmATITUDE (AQUI).

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